Segundo a presidente do Sinmed, Sílvia Melo, o que vem ocorrendo em algumas UPAs de Maceió requer investigação, a fim de que sejam obedecidos os critérios legais de funcionamento, tanto nas do Estado como nas da SMS. É preciso considerar, entre outras coisas, que o repasse de recursos é feito com base nos custos operacionais, incluindo folha de pessoal, e com margem suficiente para dar lucro às empresas gestoras. "Portanto, onde está previsto determinado número de profissionais, não é justo que se faça corte, no intuito de haver sobra financeira. Ou o mais grave: reduzir o  pagamento. Tem UPA baixando o plantão de 1.100 para 800. O Sinmed está tomando providências."

De acordo com o Código de Ética, não é permitido dispensar médicos para substitui-los por colegas que aceitem menos. Ao receber proposta de trabalho, procure saber quem ocupava a vaga, por que saiu, e qual era a remuneração. Lembre-se: você pode responder pela infração. Nunca substitua quem reivindicou melhores condições de trabalho e salários.

Sílvia Melo enfatiza que nenhum diretor médico pode ameaçar ou coagir os colegas - isso se configura crime de assédio moral. Infelizmente, entre as empresas terceirizadas a prática tem sido frequente. "Tentam persuadir médicos a assinarem documentos comprometedores. O perigo é que, ao fazê-lo, o médico (inocentemente) se torne sócio da empresa, complicando bastante sua vida," adverte a sindicalista.

Ela pede que todos tenham muita atenção antes de assinar qualquer coisa nessas terceirizadas. "Tem gestor capaz de cometer verdadeiros absurdos, acreditando na impunidade. Às vezes, sabe-se lá, nem o chefe do Executivo toma ciência de tais abusos. Estamos de olho! O trabalho deve ser uma parceria salutar, nunca o inverso, e tudo deve ser transparente. A propósito, quem afinal administra as UPAs da Santa Lúcia e do Benedito Bentes? Instituto Isac ou Mais Vida?"